terça-feira, 1 de julho de 2008

A Modéstia e a Humildade

A Modéstia e a Humildade


As pessoas têm um receio enorme em reconhecer as próprias qualidades.

Envergonham-se diante da perspectiva de demonstrar suas habilidades, assumir os próprios talentos.

É a confusão entre humildade e modéstia.

Alguns acham que modéstia é virtude.

Culturalmente, aprendem não ser nobre assumir as próprias qualidades.

O adequado é ser discreto, negar, não se envolver com elogios.

Se alguém questiona sobre o sucesso de algum empreendimento, o ideal é desconversar.

Afinal, para ser bem visto, o importante é não chamar a atenção.

Mas fazer questão de não ser notado é uma forma sutil de querer ser notado.

É se valorizar, se desvalorizando.

É chamar a atenção não chamando a atenção.

É demonstrar superioridade não assumindo ar de superior.

A vaidade cria a modéstia que é a própria auto-estima disfarçada.

A não-vaidade é melhor definida com o termo humildade.

A verdadeira nobreza consiste em ser humilde.

Ser humilde é ser natural.

Você nem faz questão de elevar as próprias qualidades, como também não deseja escondê-las.

Ser humilde é ser sincero, lidar com os fatos da forma como eles são.

É ser autêntico.

Ser humilde é não se preocupar em chamar a atenção para si, mas também não evitá-la.

Afinal, ambas as situações buscam reconhecimento e notoriedade.

Ser humilde é reconhecer os próprios limites e não se iludir quanto a eles.

É assumir as incapacidades mas procurar superá-las.

Muitos enfatizam os próprios defeitos apenas para chamar a atenção.

Tornam-se as próprias vítimas, exigindo reconhecimento, consideração e até piedade.

Mas ser humilde não é enfatizar pontos fracos.

Ser humilde é possuir a capacidade de reconhecê-los e procurar melhorar.

No entanto, ser humilde é também valorizar as próprias virtudes e competências.

Da mesma forma que é importante reconhecer os limites, é vital assumir e valorizar as próprias capacidades.

Afinal, não é pecado algum desenvolver habilidades.

Pelo contrário, cultivar os próprios dons e talentos é na verdade uma obrigação pessoal.

Não podemos desprezar nossa vocação quando possuímos mérito para realizá-la.

Afinal, quem não se sente orgulhoso em ser reconhecido por algo que lhe é verdadeiro?

Não vale a pena ser tímido diante do que somos naturalmente capazes.

Perderemos oportunidades valiosas que poderiam ajudar o próprio crescimento sendo retraídos demais.

É necessário acreditar em si mesmo, aprendendo a receber, ser amado, aceitar elogios quando merecidos.

Só podemos contribuir genuinamente para o crescimento dos outros com autoconsciência e valorização da nossa própria maneira de ser.

Devemos ser humildes, sem falsidade ou modéstia.

Ser natural, reconhecendo nossas fraquezas, mas assumindo de forma sincera as
próprias qualidades são essenciais rumo a um processo de crescimento e amadurecimento autêntico.

Afinal, dizem que é dando que recebemos, mas devemos dar a nós mesmos para ter o que dar aos outros.

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