O servilismo por convicção sustenta a criação, manutenção e continuidade de grandes obras para a humanidade, pela cooperação de pessoas que obedecendo ao mesmo objetivo, resguardam sua individualidade, expressando sua vontade própria e seu potencial criativo.
O que caracteriza a individualidade é o “talento singular” que trazemos conosco, a ser desenvolvido e exercitado ao longo de nossas vidas.
Servir, é considerado virtude, quando associamos este talento a nossa própria vontade, em prol da humanidade, amando o que fazemos.
“Sujeitar-se a ordens” ou “satisfazer-se em impor neurótica autoridade aos demais”, são desequilíbrios de personalidade geralmente adquiridos na infância.
Crianças que foram coagidas através do medo a devotarem obediência extrema, ou, que cresceram com a falsa idéia de que tudo podem pela falta de limites, podem trazer consigo problemas quanto à subserviência.
Uma pessoa que: - quer sempre agradar aos outros - não sabe nunca dizer “não” - vive concordando e cumprindo ordens, invalidando sua vontade própria de agir e pensar; acaba vivendo em constante confusão mental e aflição.
Na tentativa de fazer o melhor para os outros, quer dar mais do que tem e fazer mais do que pode. A insatisfação pessoal, a insegurança e até mesmo a revolta , podem surgir quando não recebe a gratidão e consideração esperada como forma de compensação de sua subserviência.
Por outro lado, o indivíduo que quer transformar, controlar e dominar aos demais de acordo com sua idéias e vontades está “exigindo obediência” as suas necessidades de mandar, muitas vezes atormentando criaturas servis por longos anos.
Em muitos lares, pais e filhos, marido e mulher, se aprisionam num relacionamento equivocado de servilismo, obstruindo a vida, o desenvolvimento natural, trazendo infelicidade a todos os envolvidos.
Uns exigindo obediência, outros sendo servis, num relacionamento insatisfatório de total dependência.
Não esqueçamos esta frase de Gibran: - "Cantai e dançai juntos, mas deixai cada um de vós estar sozinho".
Só a voz da alma deve ser obedecida no que diz respeito ao servir, pois é a maneira lógica e consciente de exercermos nosso poder de escolha.
Quando deixamos que o outro interfira em nossa individualidade, podemos nos desviar e nos distanciar de nossas verdadeiras vocações, correndo o risco de não realizarmos nossa própria missão.
A individualidade deve ser preservada, e se for necessário a renúncia de direitos em favor de alguém, que esta resignação seja com o consentimento do coração.
Precisamos estar atentos na obediência a outros ou a alguma causa, assegurados de que à vontade de servir advém de nossa escolha, não da servidão compulsória ou de um falso sentido de dever, nem de sugestão ou persuasão de outra pessoa.
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