Mesmo que vivendo no nosso "velho mundo", sentindo-o e experimentando-o com as mesmas reações negativas, as mesmas resistências e os tão conhecidos medos, podemos mudar a nossa realidade física, apenas assumindo uma nova atitude diante da vida. Muitas vezes, pensamos que nossa vida mudará e nos trará a realização de nossos desejos, somente quando e se mudarmos radicalmente internamente e, principalmente, quando o mundo à nossa volta, conforme o percebemos, dentro de nossa limitada e distorcida percepção, estiver totalmente diferente e adequado às nossas necessidades, favorecendo plenamente nossas intenções, atitudes, ações e pensamentos.
Acreditamos que só teremos possibilidades de conquistas e realizações se tudo mudar plenamente, tanto interna quanto externamente. Claro que é preciso que busquemos nos conhecer de verdade e tentemos modificar nossa realidade interna, mas isto não quer dizer que precisamos mudar radicalmente para só, então, conseguirmos nos realizar. Esta crença está baseada no perfeccionismo e, se nos mantivermos presos a ela, ficaremos estagnados para o resto de nossas vidas.
Para conseguirmos realizar nossos anseios internos, deveremos sim procurar nos conhecer mais profundamente, para compreendermos o real motivo da existência de nossas amarras internas que nos impedem de avançarmos. Este autoconhecimento, com aceitação e desejo (não é ação, mas simplesmente desejo) de mudanças, será suficiente para começarmos a agir de forma muito diferente da habitual. Mas esta forma diferente não será baseada na velha referência do que somos e vivemos até agora, mas sim, a partir de quem somos no momento presente. Esta é somente uma base para criarmos nossa nova atitude.
A nova atitude acontece a partir de uma atitude de aceitação daquilo que "ainda somos" - com toda a nossa negatividade interna, nossas ações, sentimentos e reações negativas - e do velho mundo à nossa volta. As mesmas coisas continuam nos acontecendo e continuamos presos dentro dos mesmos círculos viciosos; nada precisa mudar plenamente, para que possamos começar a mudar nossa realidade interna e externa verdadeiramente, a partir do novo.
Essa atitude de aceitação de quem somos, favorece para que possamos apenas e simplesmente nos entregarmos à criação do novo em nossa vida, com uma atitude de quem "nada sabe" e de quem percebe o conflito criado pelo o velho dentro de nós, que se assusta diante da nova proposta de mudança, com novas criações e possibilidades, e sobre as quais não temos nenhum controle, pois não temos nenhuma referência anterior - é novo de verdade - e desconhecemos até mesmo sua fonte. Aceitando que nada sabemos a respeito desse novo e respeitando o sinal de nosso coração que nos diz que devemos nos entregar e agarrar a chance, podemos arriscar e nos aventurar dentro desse mundo novo cheio de possibilidades, existência e criações.
Nessa entrega à aventura da nova vida, poderemos sentir uma sensação de grande desconforto interno, proveniente da manifestação do medo extremo de nosso Ego e de nosso eu inferior, por sentirem que estão perdendo o controle e o poder sobre nós. Caso isto ocorra, devemos aceitar integralmente e, mesmo que venhamos a nos sentir desagradável e assustadoramente mal, devemos ter a atitude de quem está consciente do motivo de tamanho desconforto e assumirmos a postura de quem está totalmente zerado de conhecimentos. É assumirmos uma postura de quem está diante de algo que nunca viu sobre o qual nada ouviu falar, que não tem a mínima idéia do que seja ou do que se faça com isso.
A atitude ideal é igual a de uma criança pura, ingênua e crédula, com olhar encantado diante de algo novo e belo, que só percebe o brilho do novo, o qual não faz a mínima idéia do que seja, mas que sabe e sente, em seu coração, que é algo bom, que nenhum mal lhe causará, que deseja ter para si e se abre para receber.
Apesar de nada saber sobre o novo, a criança o recebe sem nenhuma referência ou expectativa. Sua única expectativa é no sentido de ter prazer, ela só espera ter prazer, não está contaminada com crenças de que o novo é perigoso e lhe causará mal. Ela o recebe com pureza de coração, mesmo que seu mundo e suas referências de mundo, sejam os mesmos. É capaz de receber algo que lhe encanta o coração, mesmo que não saiba absolutamente nada a seu respeito e não saiba o que fazer nem como e quando usar. Nem sabe o que acontecerá quando começar a usar. Ela simplesmente se encanta, deseja, pede e recebe. Ela acredita. Após receber, parte para exploração daquilo que a vida lhe ofereceu, parte para a divina descoberta, sem pensar se está certa ou errada na maneira de usar, simplesmente se aventura.
A cada descoberta obtém um novo resultado e se surpreende. Algumas vezes, alguns resultados poderão causar-lhe medo, mas ela somente se afasta um pouco e observa. Quando percebe que nenhum mal lhe causou, volta novamente à exploração para descoberta de novas possibilidades de uso, de recursos e novos e excelentes resultados. Ela é corajosa e não se deixa intimidar e desistir apenas por que encontrou algumas dificuldades ao se aventurar no novo jeito de ser e fazer.
Nesta atitude, ela se torna cada vez mais sábia e descobre que esse novo presente divino, é uma fonte inesgotável de prazer e de possibilidades e recursos para criar o novo verdadeiro em sua vida, para que esta se torne satisfatória e condizente com suas necessidades e realidade.
Se esta criança, ao contrário, tomar a velha atitude de ficar receosa diante do novo, fugindo dos sinais favoráveis de seu coração e seguir a mente desconfiada que lhe diz: "hum, é bom e brilhante demais pra ser verdade... isso não é pra mim, é melhor recuar", ela perderá a chance divina de se realizar e ser feliz.
Então, quando você deixará o novo se apresentar em sua vida? E, quando ele se apresentar, que atitude irá tomar?
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Nova atitude diante da vida
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